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Uma cidade para crianças é uma cidade para todas as pessoas

No dia 12 de outubro comemora-se o dia das crianças e, dentre as diversas questões relacionadas à infância, que costumam ser trazidas à tona durante essa semana, este ano, a pandemia é um fator comum – atrelado ao acesso e direito à cidade.

A pandemia mudou a rotina das crianças. A impossibilidade de frequentar, com segurança, as escolas e muitos locais de lazer e a consequente redução nos deslocamentos, limitou o acesso das crianças e adultos à cidade. Porém, infelizmente, os problemas de acesso à cidade não se restringem ao contexto da pandemia, principalmente o acesso a pé.

A campanha Calçada Cilada 2020 mostrou que a principal dificuldade encontrada nos deslocamentos a pé são calçadas irregulares, sendo as irregularidades mais comuns, buracos e calçadas obstruídas (postes, degraus, árvores, etc).

Entre os participantes da campanha, 24% declararam realizar seus deslocamentos pela cidade em função de uma criança, desses, 4% gestantes. Os principais problemas encontrados pelos pedestres que se deslocam com crianças não são diferentes. Calçadas irregulares é a maior dificuldade, seguida por falta de segurança viária, falta de segurança pública e falta de acessibilidade. Porém, entre as gestantes, a falta de sombra para se protegerem do calor foi indicado como um problema maior que a falta de acessibilidade, por 22% das gestantes. Nos aspectos “falta de segurança viária e falta de acessibilidade” , as porcentagens também são maiores para o público que se desloca em função das crianças.

Uma cidade para crianças é uma cidade para todas as pessoas

 

Bibiana Tini, arquiteta e urbanista no coletivo Metrópole 1:1 e conselheira no Instituto Corrida Amiga, foi uma das participantes no bate-papo online “Territórios educativos em tempos de pandemia – a cidade é casa; a casa é cidade” e diz que “ao relacionar criança e cidade, pensamos em segurança viária, rota escolar e mobilidade urbana. A criança que se desloca apenas por carro não tem a mesma vivência que a criança que pode experienciar a cidade a pé – a experiência da vivência colabora muito no aprendizado e não pode ser passada apenas através dos livros didáticos”. O caminhar pela cidade amplia horizontes e agrega valores importantes para a coordenação motora, aumenta a autoconfiança e forma cidadãos/ãs mais ativos/as e envolvidos/as no que está acontecendo ao redor, seja na rua, no bairro ou na cidade.

Sabendo da importância dessa experiência com a cidade e pensando na limitação dos espaços de vivência das crianças nesse momento de pandemia, o Instituto Corrida Amiga, com a participação de seus voluntários e apoio do Ocupa Baby, adaptou suas metodologias para serem usadas em casa e iniciou um projeto online com as instituições parceiras para levar a mobilidade a pé e o espaço público para o ambiente virtual.

Tais atividades lúdicas têm o objetivo de sensibilizar crianças e estudantes das escolas públicas sobre a necessidade de espaços urbanos mais saudáveis, acessíveis e caminháveis, buscando aproximar e conectar essas crianças com o espaço em que vivem.

Uma cidade para crianças é uma cidade para todas as pessoas
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