Estamos participando do Projeto Rexona Quebrando Barreiras, uma iniciativa Rexona e Beyond Sport, da qual a Rede Esporte pela Mudança Social (REMS) é parceira! 

O projeto visa fortalecer organizações e profissionais que atuam com o esporte para o desenvolvimento humano. Acreditamos no poder do movimento corporal e nos benefícios que ele pode proporcionar, sejam eles físicos, mentais ou sociais. Com este treinamento, atualizamos e desenvolvemos habilidades que ampliam nossa capacidade de estimular jovens e crianças atendidas pela Corrida Amiga, em diferentes frentes e atividades. Por isso, estamos muito confiantes com o potencial de impacto que as ferramentas apresentadas podem ter em nossas metodologias, tanto no planejamento e desenvolvimento das atividades, quanto em relação à realização das dinâmicas nas escolas e instituições que atendemos.

A Ação Formativa de Rexona é um treinamento digital, dividido em nove módulos que abordam os temas: confiança e oportunidade; inclusão e igualdade; engajamento; metas e escolhas. Os módulos foram desenvolvidos em parceria com diversas organizações, como Coaches Across Continents, The Change Foundation e The Sports Collective, e fornecem metodologias e ferramentas que promovem conhecimento, confiança, motivação e oportunidade por meio de programas baseados em movimento. Com todo conteúdo disponível, exploramos soluções para transpor barreiras através do movimento, equidade, inclusão e estruturação.

As ações e atividades desenvolvidas pela Corrida Amiga reforçam a importância da prática de atividade física, por disseminar que através do deslocamento a pé e da mobilidade ativa geramos movimentos corporais e, para além disso, exercemos nossa cidadania, criando conexão com o território. Pesquisas mostram que os níveis de atividade física da população variam de acordo com o que a cidade permite e incentiva em termos de deslocamento. Uma análise da Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que uma das formas mais efetivas de estimular naturalmente a atividade física é através de políticas de transporte e planejamento urbano. Na cidade de São Paulo, uma pesquisa realizada com pessoas acima de 16 anos revelou que 48% da população paulistana não pratica e nem praticou esporte ou atividade física nos últimos 12 meses, sendo que o principal motivo apontado por 39% das pessoas foi a falta de tempo ou espaço disponível (RNSP e IBOPE, 2019¹).

Uma das recomendações para aumentar a prática de atividade física é incluir a caminhada nos deslocamentos do cotidiano, como ir a pé para a escola, supermercado, farmácia, entre outros. No entanto, vale ressaltar que 13% das crianças de 6 a 14 anos na cidade de São Paulo precisam se deslocar mais de 15 minutos a pé para acessar uma escola pública (ITDP, 2020²). 

Sabemos que a prática regular de atividade física tem impacto positivo na qualidade de vida das pessoas, melhorando a saúde e o bem-estar. Apesar disso, essa não é uma prática cotidiana das crianças e adolescentes. De acordo com a OMS, 80% da população adolescente mundial não é ativa o suficiente. Esta problemática transpassa muitos outros temas enfrentados direta ou indiretamente pela população brasileira, que vão desde as condições de infraestrutura das cidades, segurança pública e desigualdade social – no Brasil 74% dos jovens em escolas públicas não possuem estrutura básica para criar ambientes de prática de esportes e lazer – a questões psicológicas, culturais, de gênero, sexualidade e raça. Nesse âmbito, pesquisas mostram que 7 em cada 10 pessoas se sentem incapazes de tentar algo novo por conta do julgamento de outra pessoa. Todas estas barreiras podem resultar na dúvida sobre si mesmo e dificultar a sua capacidade de ir além do movimento.

Uma ferramenta para transformar esta realidade está na mudança do nosso entendimento sobre a definição da prática de atividade física. Todo exercício físico (ginásticas, lutas, danças, yoga, futebol, basquete, etc.) é atividade física, mas nem toda atividade física é um exercício físico sistematizado. Ir à escola a pé, andar de bicicleta até o trabalho ou a uma área de lazer, fazer faxina, ou mesmo escolher ir ao mercado ou a casa de um amigo de modo ativo, também é atividade física, e se praticada regularmente pode ter impactos positivos na saúde física e mental.

O treinamento do Projeto Rexona Quebrando Barreiras nos dá o conhecimento e fortalece nossas metodologias para garantir que nossas atividades sejam cada vez mais eficientes e tragam impactos positivos na vida de muitas crianças e adolescentes. Com os temas abordados, poderemos transmitir nossos ideais e objetivos com mais equidade de gênero, inclusão e engajamento na mudança social por meio do esporte e em busca de cidades mais justas e acessíveis.

Acreditamos na potência do movimento do corpo como ferramenta de promoção da cidadania e de oferta de novas possibilidades e caminhos para todas as pessoas. Por isso, estamos extremamente felizes em participar do programa da Rexona, que está dando às/aos jovens a confiança e a oportunidade para se movimentarem como quiserem por meio do Projeto Rexona Quebrando Barreiras.

Rexona acredita que o movimento tem o poder de transformar vidas e estamos juntas/os nessa!

¹ Pesquisa “Viver em São Paulo: Esporte”. Rede Nossa São Paulo e Ibope Inteligência, 2019.

² Boletim MobiliDADOS Em Foco #7: Cidades Inclusivas e acesso às escolas. Instituto de Política de Transporte & Desenvolvimento (ITDP), 2020.