Crianças pedem melhorias nas ruas e calçadas da zona leste de SP

Matéria do Estadão

Após revitalizar uma praça, grupo de estudantes elaborou uma lista de demandas para a subprefeitura no Dia do Pedestre

Mais de 200 crianças avaliaram a qualidade das ruas e calçadas nas regiões adjacentes a escola em que estudam. Foto: Corrida Amiga/Divulgação
Mais de 200 crianças avaliaram a qualidade das ruas e calçadas nas regiões adjacentes a escola em que estudam. Foto: Corrida Amiga/Divulgação

 

Calçadas quebradas, faixas de pedestre apagadas e velocidade excessiva de veículos estão entre as principais reclamações feitas por alunos da EMEF Profa. Rosângela Rodrigues Vieira, na Vila Cisper, zona leste de São Paulo.

No Dia do Pedestre, celebrado em 8 de agosto, as crianças entregaram um ofício ao subprefeito de Ermelino Matarazzo. Neste documento, há propostas para tornar as áreas de lazer, ruas e calçadas mais seguras e acessíveis. A ação fez parte de uma intervenção urbana na Praça Quinta do Sol, que também teve pintura e zeladoria do espaço, brincadeiras e apresentações artísticas.

Melhorias necessárias nas ruas e calçadas

As demandas foram elaboradas ao longo de um ciclo de atividades do projeto “Escola Ativa: Práticas Lúdicas em Urbanismo”, conduzido pelo Instituto Corrida Amiga. Portanto, ao longo de semanas, mais de 200 crianças e adolescentes participaram de aulas teóricas sobre mobilidade urbana e cidadania, seguidas por “caminhadas investigativas” pelo bairro.

Munidos de pranchetas, mapas e câmeras, eles registraram problemas, conversaram com moradores e observaram de perto a infraestrutura das ruas.

O levantamento revelou calçadas estreitas, irregulares e com buracos, além de obstáculos como postes e lixeiras que dificultam a circulação. Em alguns pontos, por exemplo, não há rampas de acesso ou o piso tátil está interrompido, o que compromete a acessibilidade de pessoas com deficiência.

As faixas de pedestre, muitas apagadas, também preocupam, principalmente diante da velocidade dos veículos. Conforme o Corrida Amiga, medições feitas pelos alunos registraram carros passando a até 54 km/h em uma via com limite de 30 km/h.

As crianças também observaram a situação dos espaços de lazer, como o parquinho da Praça Adão Calisto, que apresenta brinquedos quebrados, enferrujados e com risco de acidentes. Somado a isso, problemas de iluminação pública foram recorrentes nos relatos, aumentando a sensação de insegurança à noite.

Redução de velocidade preocupa estudantes

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O documento entregue à subprefeitura solicita a instalação de redutores de velocidade, reforço da sinalização para travessias. Além disso, as crianças pedem manutenção e ampliação das calçadas, melhorias na iluminação e revitalização dos parques e praças. Por fim, a expectativa é que as reivindicações resultem em um compromisso efetivo do poder público para garantir um ambiente urbano mais seguro, inclusivo e acessível.

Para o Instituto Corrida Amiga, a experiência mostra a importância de incluir a visão das crianças nas políticas de mobilidade. “Elas vivenciam diariamente os desafios de circular pelo bairro e sabem apontar, com clareza, onde estão os problemas e como poderiam ser resolvidos”, afirma Silvia Stuchi Cruz, presidente da organização. “Essa escuta ativa é fundamental para transformar percepções em ações concretas.”

camiga