Saiu na última edição da Revista dos Transportes Públicos (ANTP, nº 157) o artigo da Corrida Amiga sobre a adequação dos tempos semafóricos em travessias de pedestres no município de São Paulo. O estudo traz evidências fundamentais para o debate sobre mobilidade urbana segura e inclusiva.
Resumo do trabalho
Este estudo analisa a adequação dos tempos semafóricos em travessias de pedestres no município de São Paulo, com ênfase na seguran
ça de crianças, pessoas idosas e com deficiência. Motivado pela desconexão entre os marcos legais de mobilidade urbana e a prevalência da fluidez veicular nas práticas operacionais, o estudo utilizou metodologia de ciência cidadã para coleta colaborativa de dados em 25 travessias críticas. Foram registrados os tempos de sinalização (verde, vermelho intermitente e vermelho), medidas as larguras das vias e calculado o índice de desigualdade temporal (IDT), que compara o tempo disponível ao necessário para completar a travessia com segurança. Os resultados indicam que 44% das travessias mantêm apenas 4 a 5 segundos de luz verde, e mais da metade exige espera superior a 90 segundos. Apenas 40% das travessias são adequadas mesmo sob o critério excludente de 1,2 m/s; 80% são inadequadas para idosos e 90% para crianças e pessoas com deficiência. Em casos extremos, são exigidas velocidades até três vezes superiores às recomendadas. O estudo recomenda revisão normativa do Manual Brasileiro de Sinalização e adequações de infraestrutura conforme a NBR 9050 e a Lei Brasileira de Inclusão, a fim de garantir travessias mais seguras e acessíveis.
Por que esse estudo importa?
O artigo evidencia como as práticas atuais ainda colocam a fluidez dos carros acima da segurança dos pedestres. Crianças, idosos e pessoas com deficiência são os mais prejudicados, mas todos nós sentimos os efeitos de uma cidade que não garante travessias adequadas.
Na Corrida Amiga, acreditamos que caminhar deve ser um direito seguro, saudável e acessível para todas e todos. Esse estudo fortalece nossa atuação por uma mobilidade urbana justa e inclusiva.
👉 Leia a edição completa da Revista dos Transportes Públicos nº 157 da ANTP.


