Durante o mês de julho a sétima edição da campanha nacional Calçada Cilada mobilizou a população para participar de uma consulta pública digital em parceria com o aplicativo Colab.
Por conta da pandemia, a campanha foi realizada virtualmente e concentrou-se nas calçadas do entorno de unidades de saúde e de ensino, áreas a serem priorizadas pelas prefeituras devido a necessidade de distanciamento físico e grande fluxo de pessoas. No total, de acordo com o instituto Corrida Amiga que está à frente da iniciativa, foram apontadas 928 instituições de saúde e ensino com problemas de acesso para o pedestre, chamando a atenção para situação precária da mobilidade a pé. Participaram da consulta 1032 pessoas de 149 cidades e 25 estados brasileiros.
A consulta pública também coletou dados relativos ao deslocamento a pé, incluindo a passagem por calçadas, ruas e acessos. Os principais problemas apontados são:
- calçadas irregulares, com buracos, estreitas e obstruídas: 80%
- falta de segurança pública (assédios, assaltos): 31%
- falta de segurança viária (velocidade de veículos, travessias perigosas): 27%
- falta de acessibilidade (rampas, piso tátil, semáforos sonoros): 23%
Agradecemos à todos e todas que participaram de alguma forma da campanha, e com muito orgulho, compartilhamos o Relatório completo da Calçada Cilada 2020.
No Brasil, dois terços dos deslocamentos diários da população são realizados a pé, de bicicleta e/ou de transporte público coletivo. A maioria das vias não dispõe de calçadas adequadas, que respeitem a norma de 1,2 metro de faixa livre para pedestres. “De que forma quem precisa se deslocar pode manter distanciamento seguro com calçadas tão estreitas e inacessíveis?”, questiona a gestora ambiental e diretora da Corrida Amiga, de São Paulo, Silvia Stuchi.
De acordo com a integrante do Corrida Amiga, o mapeamento de dados, a mobilização e a sensibilização da comunidade, bem como o encaminhamento das fiscalizações ao poder público são realizados todos os anos e podem causar impactos positivos e transformações reais. “Todos os dados serão encaminhados ao poder público e seguiremos acompanhando as respostas”, afirma.